segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Assim ou Ação?

Só pra descansar
vou lhe dizer que
eu entendi.
Mas só pra despertar
lhe digo também
que quase nunca
entendo certo.
Na verdade
o certo é mudo,
o vento muda,
o tempo é surdo e
o amor é cego...
E eu sou assim,
indecisa.
P/ Laura Franco

É foda!


Nossa... Não foi! Não foi mesmo!
Eu tentei, desisti, tentei de novo...
Conseguir? Não! Não rolou, velho!!!
Virei para um lado, virei para o outro,
Caí por cima, fiquei por baixo,
rebolei, escutei, vibrei, gemi...
Mentira, o gemido não saiu.
A vontade não surgiu...
Fiz gracinha, fiquei de calcinha,
dei beijinho no pé do ouvido...
Fiz com jeito de marido:
Virei pro lado e dormi!


Fundo de gaveta

Vocação

Não sou sua amiga
Nem sou sua amante
Somos na verdade dois
Seres distantes.

Fundo de gaveta
P/Pimenta

Assim...


Sem céu.
Sem chão.
Sem cio.
Sem nada.
Fundo de gaveta

Baseados reais

- será que a gente sabe quando vai morrer?
- sei lá, deve saber.
- sabe né?
- aliás, não! Ou sabe, mas só vai saber se sabe quando souber!

Fundo de gaveta

Faz Tempo...


Ele é um palhaço
de braços abertos e indesejados
Ela é um astro
de olhar profundo questionando meu mundo.


Fundo de gaveta

Esconderijo

Foi dentro de mim que ele se pôs
Foi até a mim que você veio
E deixamos essa noite pra depois
Sempre Viva!
Fundo de gaveta

A cor dos ventos

Das flores certamente amarei a de Lis.
Me cansam nos dias de hoje as flores
que eu sempre quis.
São de uma castidade indecorosa.
A flor de Lis enfeita os jardins,
clareia as manhãs e
cheira como uma rosa.


fundo de gaveta

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Há Rumo


Cheiro do vento
Esquecimento
Presente passado
Nada com isso
Velho
Um ponto de vista
Saudade que faz tudo parar
Nua
Verdade crua
Vestir
Calçar
Caminhar...

Comentário:

Somos todos organicamente iguais.
O que não presta, a gente expele. Né?!

Pra frente ou pra trás, como é que se faz? ou Arromba!

- Abre a porta,
quero entrar!
- Não vou abrir,
não vou deixar!
- Passo perto.
- Passe looonge!
-Te inquieto...
- Nem me conte.
- Que besteira...
- Eu sou assim.
- Mais cedo
ou mais tarde
eu vou entrar...
- Vou passar o ferrolho,
vai ter que arrombar!
- Ande logo que
já estou perdendo
a paciência!
- Eu já sabia...
Tô contigo, mas não abro!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sem Hora


Um dia em um encontro de amigos me espantei com a presença de uma idosa no meio do grupo. A tratei bem, pois manda a educação tratar melhor os mais velhos e porque não duvidei que fosse uma boa pessoa por estar junto de meus amigos. E era mesmo uma boa pessoa, aliás, a pessoa mais linda que já encontrei em minha vida. Algum tempo depois tive a oportunidade de encontrar essa senhora novamente. Ela estava tão linda... Então entendi o porquê não havia a esquecido. Nesse segundo encontro eu pude entender como meus olhos a enxergaram desde a primeira vez. E dessa vez eu tive a liberdade de dizer, sem faltar com respeito o quanto ela era linda.
Eu não sabia que iria encontrar essa senhora novamente, apesar do coração gritar: “tudo que acontece uma vez, pode nunca mais acontecer. Mas caso aconteça a segunda, certamente acontecerá a terceira.” E a mente responder: “ai, quem me dera.”
Eu mal sabia que estava apaixonada... Mas como todos os casos de amor, tudo parecia premeditado, coincidência e tramado pelo destino. Eu encontrei novamente a linda senhora, e daí por diante era cada dia mais freqüentes os nossos encontros. Cada palavra que ela me contava me causava um deslumbramento tamanho. Toda cautela era pouca quando me referia a ela. Tinha medo de soar infantil, ou de poucos valores.
Mas tudo que a linda senhora me mostrava eram as coisas rodeadas de beleza, me mostrava a força da natureza, a natureza do homem também. Me mostrava que eu sabia sim das coisas da vida, que os valores estão impressos desde sempre em nosso amor. Ela me contava que também me amava, e que me amava principalmente porque eu enxergava os seus defeitos. Onde já se viu alguém amar por isso? Ela contava que eu a desarmava, mas na verdade ela se sentia segura em estar com alguém que a amava por completo, nos defeitos, nos acertos, nas rabujentisses de velhinha e nas belezuras de mulher.
Nós nos amamos e nos completamos por muito tempo. Fizemos planos pra toda vida, sonhamos para além da morte.
Algumas vezes nós discordávamos, hora porque a paciência de uma idosa às vezes não tem bom humor. Hora porque eu lhe contava as novidades do mundo, dos relacionamentos dos homens, e ela não acreditava que um coração pudesse gerar gêmeos.
Mas como minha avó, minha mãe, minha linda senhora e todas as experiências do mundo já diziam, o que não se entende na teoria, se aprende na prática. A linda senhora teve que aprender a amar mais de um amor, e eu tive que aprender a amar sem prender. Por mim eu teria aprendido a amar sem prender, sem perder. Mas a perdi. E aprendi.
Não foi fácil, ela continuava a me olhar de longe, cuidava de mim que eu nem sabia. Na verdade eu nem entendia nem aceitava. Não era justo. Dessa vez não tinha sido eu quem tinha colocado ninguém no mundo. Eu fui apresentada ao mundo, e de repente me roubaram o chão.
Perambulei sem rumo, não sabia desmentir a noite do dia. Não sabia se era choro ou se chovia. Eu não sabia entender...
Mas a vida foi andando, e a dor só foi passando quando eu não quis mais saber. Eu não tinha mais pra onde ir, no tempo que fiquei cuidando de minha velhinha, o mundo deixou de existir.
Reencontrei os velhos amigos, cheguei em casa e a minha mãe já estava velha também, os meus livros envelhecidos na estante... Então entendi naquele instante o que ela queria dizer.
Daí pra frente, corri atrás de tudo esquecido, arrumei meu quarto, meu meio e meu mundo. Só não encontro mais com a linda senhora.
Mas o meu amor é de casado, amor de pra sempre, amor sem hora...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sim, sobrevivi.


Cordão umbilical cortado!
Depois dessa hora o menino sempre chora.
Dói pra mãe... Dói pro filho...
O filho porque soltou, nasceu, fudeu!
A mãe porque depois de leve, o filho esmoreceu...
Mas mãe que é mãe, nunca nega o peito.

Cheiro




Estava só conversando e ele passou de repente. Naquele instante só eu entendi o meu sorriso.

Voou




Passarinhado
Passaríamos
Passalindos
Passarinhos
Passarando
Passaindo
Passamos

Entendi

Felicidade que vem muito rápido vai-se embora num sopro,
e a que vem devagar não tem hora pra voltar.

Contorção

Eu queria dizer por entrelinhas, mas sempre sou fratura exposta.
Sempre quis ser romance, mas na maioria das vezes não passo de prosa.

¼




Toda hora eu abro e fecho a porta para que não
Toda hora eu abro e fecho a janela para que não
Toda hora eu abro e fecho os olhos para que eu
Toda hora eu abro e fecho a boca pra que eu
Toda hora
Toda
Toda hora abro
Toda hora fecho
Toda hora
Abro e fecho
Abro
Fecho
Toda
Hora
Toda