quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Carta para o meu amor

Volta logo, meu amor
Volta que a saudade ta me consumindo
Volta que os meninos tão lá no quintal
Tomando banho, pro tempo passar
E eu aqui na varanda te esperando...
Tocando aquela música que você me ensinou
E vestida daquela roupa que você gosta.

domingo, 1 de novembro de 2009

1, 2, 3, 4...

Desde a hora que ela apareceu dei um tempo desse mundo.
Pedi que fizessem silêncio, ou saíssem para jantar.
E em cada meia volta que eu dava, volta inteira eu via formar.
Não decifrei se me giravam os olhos,
ou se a tontura veio a me pegar.
Só sei que cada olhada que eu dava para ela,
contava mais uma aura, mais um reflexo, ou mais um eu não sei...
De tanto brilhar.

Recado de olho

Sinta-se beijada.

Através da janela

Sem perceber as horas se foram entre um café e algumas poucas palavras meio não ditas.
Não me dei conta de acender as luzes... Uma volta pela casa quase vazia de pensamentos.
A coragem que não tenho de sair da primeira frase... Na posição de concentração pensei, agora vai!
Respirei fundo, mas olhei pra trás e através da janela dei de cara com ela, que susto! Mas que horas são?
Sim, essa noite tem sol.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu sou rachadura



De pernas quase totalmente abertas, pouso meus pés, um em cada lado deste chão.
Pendurada por uma alça que envolve meu pescoço. Sinto que a melhor coisa que fiz até hoje, foi não aprender a escalar.
O piso escorregadio dividido em duas partes das quais nenhuma eu quis. Ambas me têm por consequência, e eu a elas.
Já quase não posso respirar, pois quanto mais escorrego (para qualquer um dos lados) mais me apertam o pescoço.
Basta-me agora fortalecer as pernas, para que eu possa fechá-las.
Pois, não sou uma escolha, sou uma rachadura que não sabe escalar.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Caçatriz

O dia parou depois de tudo, mas a música da moça continua tocando em meus ouvidos...
Passou por mim um caçador de sonhos, depois passos curtos de saltos bem altos.
O iluminador vinha de longe, falando perto, que o patrão mandou tocar a música mais forte.
Depois injurias chamaram todos os cachos loiros para ir à sua casa. Mas não me convidou.
Todos passam para lá e para cá, sem me perceber. Exceto o caçador de sonhos, que sorriu sem graça pra mim.
Uma saia rodada, mais comprimentos.
Estou a esperar meu bem. Talvez com ela, nesta tarde, eu encontre um sonho que ele esqueceu de caçar.
Mas só talvez.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sutiã

Naquele tempo eu me escondia em baixo da cama
Tomava banho na pia
Adorava me deitar por cima da roupa lavada
E andava sem sutiã
Hoje eu me escondo em baixo da roupa lavada
Adoro me deitar por cima na cama
Na pia só cabem os meus cabelos
Mas continuo sem sutiã
Tudo na maior simplicidade

domingo, 4 de outubro de 2009

Bem te vi e fiquei sozinha

Amanhecida então, me sinto meio erma nas entrelinhas da imensidão.
Várias páginas arrancadas, umas pela metade, outras borradas...
Algumas em branco, eu sei.

"A gaveta da felicidade está cheia de ficar vazia"

Hoje o meu dia simplesmente passou.
Passou...
Passou...
E eu fiquei olhando.
Primeiro eu estava deitada
E fiquei olhando.
Depois fiquei olhando sentada...
E ele passando
Passando...
Passou.

Fundo de gaveta.

Anteontem

Encinzentou tudo
Nem um pinguim d’água
Nem um raizim de sol
Toalha pendurada no varal
Minha vida... O vento
Secando, passou.
Labirinto.

Reflexo

Já piso o céu
Já alcanço o chão
Pois me completo
Na imensidão

Chuva

Desde o instante em que você se foi,
as estrelas caíram uma a uma. Agora
eu me deito, enquanto a maior
delas se levanta. A estrela maior
de todas, que é do tamanho
de minha saudade.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ciiiii Ci Ci Ci...


E se quando eu acordar, o mundo tiver mudado de cor???

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Mimosa Pudica


Sentindo novo, agora.
Não mais o cuidado por ser de outrem.
Apenas o medo.

Solilóquio


Descolori-las
Emprestar-me
Subir
Adentro
Avante
Andar-me
Cobiças
Cabíveis
Cabeceiras
Sonolência
Pendurá-las
Enxugar-me
Contra
Vento
Delírio
Orar-te
Imensidão
Plasticidade
Estreitamento
Espreita
Aumento
Amenos
Deleita
Ao céu
Em leu
De dentro
Invento
Corrijo
Estico
Impresso
Incolor
Dolorido
Sublinhado
Amante
Amor

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Assim ou Ação?

Só pra descansar
vou lhe dizer que
eu entendi.
Mas só pra despertar
lhe digo também
que quase nunca
entendo certo.
Na verdade
o certo é mudo,
o vento muda,
o tempo é surdo e
o amor é cego...
E eu sou assim,
indecisa.
P/ Laura Franco

É foda!


Nossa... Não foi! Não foi mesmo!
Eu tentei, desisti, tentei de novo...
Conseguir? Não! Não rolou, velho!!!
Virei para um lado, virei para o outro,
Caí por cima, fiquei por baixo,
rebolei, escutei, vibrei, gemi...
Mentira, o gemido não saiu.
A vontade não surgiu...
Fiz gracinha, fiquei de calcinha,
dei beijinho no pé do ouvido...
Fiz com jeito de marido:
Virei pro lado e dormi!


Fundo de gaveta

Vocação

Não sou sua amiga
Nem sou sua amante
Somos na verdade dois
Seres distantes.

Fundo de gaveta
P/Pimenta

Assim...


Sem céu.
Sem chão.
Sem cio.
Sem nada.
Fundo de gaveta

Baseados reais

- será que a gente sabe quando vai morrer?
- sei lá, deve saber.
- sabe né?
- aliás, não! Ou sabe, mas só vai saber se sabe quando souber!

Fundo de gaveta

Faz Tempo...


Ele é um palhaço
de braços abertos e indesejados
Ela é um astro
de olhar profundo questionando meu mundo.


Fundo de gaveta

Esconderijo

Foi dentro de mim que ele se pôs
Foi até a mim que você veio
E deixamos essa noite pra depois
Sempre Viva!
Fundo de gaveta

A cor dos ventos

Das flores certamente amarei a de Lis.
Me cansam nos dias de hoje as flores
que eu sempre quis.
São de uma castidade indecorosa.
A flor de Lis enfeita os jardins,
clareia as manhãs e
cheira como uma rosa.


fundo de gaveta

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Há Rumo


Cheiro do vento
Esquecimento
Presente passado
Nada com isso
Velho
Um ponto de vista
Saudade que faz tudo parar
Nua
Verdade crua
Vestir
Calçar
Caminhar...

Comentário:

Somos todos organicamente iguais.
O que não presta, a gente expele. Né?!

Pra frente ou pra trás, como é que se faz? ou Arromba!

- Abre a porta,
quero entrar!
- Não vou abrir,
não vou deixar!
- Passo perto.
- Passe looonge!
-Te inquieto...
- Nem me conte.
- Que besteira...
- Eu sou assim.
- Mais cedo
ou mais tarde
eu vou entrar...
- Vou passar o ferrolho,
vai ter que arrombar!
- Ande logo que
já estou perdendo
a paciência!
- Eu já sabia...
Tô contigo, mas não abro!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sem Hora


Um dia em um encontro de amigos me espantei com a presença de uma idosa no meio do grupo. A tratei bem, pois manda a educação tratar melhor os mais velhos e porque não duvidei que fosse uma boa pessoa por estar junto de meus amigos. E era mesmo uma boa pessoa, aliás, a pessoa mais linda que já encontrei em minha vida. Algum tempo depois tive a oportunidade de encontrar essa senhora novamente. Ela estava tão linda... Então entendi o porquê não havia a esquecido. Nesse segundo encontro eu pude entender como meus olhos a enxergaram desde a primeira vez. E dessa vez eu tive a liberdade de dizer, sem faltar com respeito o quanto ela era linda.
Eu não sabia que iria encontrar essa senhora novamente, apesar do coração gritar: “tudo que acontece uma vez, pode nunca mais acontecer. Mas caso aconteça a segunda, certamente acontecerá a terceira.” E a mente responder: “ai, quem me dera.”
Eu mal sabia que estava apaixonada... Mas como todos os casos de amor, tudo parecia premeditado, coincidência e tramado pelo destino. Eu encontrei novamente a linda senhora, e daí por diante era cada dia mais freqüentes os nossos encontros. Cada palavra que ela me contava me causava um deslumbramento tamanho. Toda cautela era pouca quando me referia a ela. Tinha medo de soar infantil, ou de poucos valores.
Mas tudo que a linda senhora me mostrava eram as coisas rodeadas de beleza, me mostrava a força da natureza, a natureza do homem também. Me mostrava que eu sabia sim das coisas da vida, que os valores estão impressos desde sempre em nosso amor. Ela me contava que também me amava, e que me amava principalmente porque eu enxergava os seus defeitos. Onde já se viu alguém amar por isso? Ela contava que eu a desarmava, mas na verdade ela se sentia segura em estar com alguém que a amava por completo, nos defeitos, nos acertos, nas rabujentisses de velhinha e nas belezuras de mulher.
Nós nos amamos e nos completamos por muito tempo. Fizemos planos pra toda vida, sonhamos para além da morte.
Algumas vezes nós discordávamos, hora porque a paciência de uma idosa às vezes não tem bom humor. Hora porque eu lhe contava as novidades do mundo, dos relacionamentos dos homens, e ela não acreditava que um coração pudesse gerar gêmeos.
Mas como minha avó, minha mãe, minha linda senhora e todas as experiências do mundo já diziam, o que não se entende na teoria, se aprende na prática. A linda senhora teve que aprender a amar mais de um amor, e eu tive que aprender a amar sem prender. Por mim eu teria aprendido a amar sem prender, sem perder. Mas a perdi. E aprendi.
Não foi fácil, ela continuava a me olhar de longe, cuidava de mim que eu nem sabia. Na verdade eu nem entendia nem aceitava. Não era justo. Dessa vez não tinha sido eu quem tinha colocado ninguém no mundo. Eu fui apresentada ao mundo, e de repente me roubaram o chão.
Perambulei sem rumo, não sabia desmentir a noite do dia. Não sabia se era choro ou se chovia. Eu não sabia entender...
Mas a vida foi andando, e a dor só foi passando quando eu não quis mais saber. Eu não tinha mais pra onde ir, no tempo que fiquei cuidando de minha velhinha, o mundo deixou de existir.
Reencontrei os velhos amigos, cheguei em casa e a minha mãe já estava velha também, os meus livros envelhecidos na estante... Então entendi naquele instante o que ela queria dizer.
Daí pra frente, corri atrás de tudo esquecido, arrumei meu quarto, meu meio e meu mundo. Só não encontro mais com a linda senhora.
Mas o meu amor é de casado, amor de pra sempre, amor sem hora...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sim, sobrevivi.


Cordão umbilical cortado!
Depois dessa hora o menino sempre chora.
Dói pra mãe... Dói pro filho...
O filho porque soltou, nasceu, fudeu!
A mãe porque depois de leve, o filho esmoreceu...
Mas mãe que é mãe, nunca nega o peito.

Cheiro




Estava só conversando e ele passou de repente. Naquele instante só eu entendi o meu sorriso.

Voou




Passarinhado
Passaríamos
Passalindos
Passarinhos
Passarando
Passaindo
Passamos

Entendi

Felicidade que vem muito rápido vai-se embora num sopro,
e a que vem devagar não tem hora pra voltar.

Contorção

Eu queria dizer por entrelinhas, mas sempre sou fratura exposta.
Sempre quis ser romance, mas na maioria das vezes não passo de prosa.

¼




Toda hora eu abro e fecho a porta para que não
Toda hora eu abro e fecho a janela para que não
Toda hora eu abro e fecho os olhos para que eu
Toda hora eu abro e fecho a boca pra que eu
Toda hora
Toda
Toda hora abro
Toda hora fecho
Toda hora
Abro e fecho
Abro
Fecho
Toda
Hora
Toda

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mar branco

Marquei um encontro comigo mesma e fui

sexta-feira, 24 de julho de 2009

"Em pé trepei tudo errado"

Sem tido na pele não tiro pelos outros.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Bem me quer

Beijos nos olhos causam jardins.

Só sentir

Sinto meu coração pulsar em meu estomago.
Esse efeito poderia ter sido causado por vários motivos como:
Fome, ânsia, desanimo, desilusão, euforia, alegria, agitação ou qualquer emoção.
Mas não, foi porque eu estava debruçada na janela.

domingo, 19 de julho de 2009

Amor - 28/06/09


Saudade são gotinhas de felicidade que o vento soprou...

Conquista - 03/07/09

Cheiro de meia noite
Cheiro do entardecer
Cheiro do minguar das horas
Cheiro de lembrar você

Antes do sol nascer

O meu mundo perguntou para o mundo:
- O que você tem para me oferecer?
O mundo respondeu:
- Nada que lhe interesse.

Narcisista

Muito me impressiona a beleza do espelho!

Fundo de gaveta, praquele moço em 200eláfoi

Ta vendo aí o que você está fazendo comigo... Só me encontro assim, contando planos ao pé de meu próprio ouvido.

Fundo de gaveta, praquele moço em 200eláfoi

Seja comigo ou com quem for,
não é só com o corpo que se faz amor.
Se toda essa cautela vem de uma desilusão,
agradeça, foi um presente do espírito
em prol do coração.

Fundo de gaveta - 01/06/06

O meu coração está dividido em três partes: o antes, o durante e o depois.
Antes do antes eu andava de outro jeito, fazia coisas de outro lado e pensava de outra forma.
Durante o antes eu amava, mas não me adaptava, eu cuidava, mas não tomava cuidado, eu até me acostumei, mas não gostei.
Depois do antes eu chorei, pensei que não poderia mais viver sem os “meus costumes”, mas aí eu consegui enxergar o durante...
Antes do durante eu era triste.
Durante o durante eu chego a ter duvidas se é realmente assim que eu queria está aqui. Mas essas surpresas são gostosas, e às vezes me fazes esquecer o antes.
O durante é engraçado, deixa um mistério com a certeza da realidade no peito.
Mais e o depois?