segunda-feira, 11 de julho de 2016

Allegro do (des) esperar

Escrevo-te mais um poema enquanto te espero e não vens.
Quero acreditar que as pegadas do teu cavalo virão desabotoar o dia.
Que o teu canto pássaro virá prolongar as noites.
Mas sei que não vens.
Para não apenas esperar só; vou fumar um cigarro e esperar.
Mas sei que não vens.
Não virá.
Não virará. 
Bem, embora eu saiba, ainda te espero um tanto mais. 
No andamento que me põe, allegro ma non troppo, ainda me restam alguns giros do relógio.
Vou esperar o último movimento da sonata. 

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