terça-feira, 20 de setembro de 2016

passando o tempo

Vaga-lumes acesos para não fechar os olhos.
Dias tontos oroborizando as horas.
Noites em claras de esquecimento e reapresentações.
Céu engarrafado de estrelas na porta de entrada e eu
morrendo de rir do choro que não vai descer.
Fica aí parada que o sol está brilhando nos seus olhos
por onde estou vendo os meus.
Nem sei mais...
Esse tanto de gente meio enterradas,
meio zumbis lobotomizados, cegos e desapropriados.
Feio o olhar abandonado. Eu acho.
Mas eu fui morar tão longe aos domingos que
não há busca que me encontre
nos fundos dos rios, ou no meu próprio mar.
Lá na sua praia. Lar no seu verão.
Por aqui as coisas só se misturam numa insistência
em parecer tudo a mesma coisa como na vida real
onde trabalhar é vida, cozinhar é vida, ir ao médico
é vida, amar é vida, morrer é vida...
e viver é só passar o tempo.

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