quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

1° morte

Foi como se eu me deparasse com todas as facetas dela de todas as épocas escondidas em suas gavetas. 
Ao mesmo tempo a sensação era de ter encontrado com suas caveiras e desencontrado do nosso amor.
Passei o dia entre planeios e insistência. 
Queria achar no sonho que colhi nas noites de fogueiras e festas o sentimento mais belo e sonido de liberdade.
Mas estar com ela não era mais fresco nem calorosamente acolhedor. Era como estar no nada. Novamente o nada. Como se o tudo tivesse sido arrancado de meu coração. Subtraído de mim. Me foi roubado os ares da paixão. A admiração disfarçou e saiu a francesa. O desejo pelo novo e pelo próximo segundo compartilhado também foi antes do final do baile. 
Ficamos eu e ela no salão dançando ao som do silêncio. Ela, em seus passos coreografados. Eu, desinteressada em aprender a dança, mesmo que ainda no salão.

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