quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

1° ressureição

Dormimos juntas ao claro da lua crescente e então nossos corpos se entrelaçaram como sempre fizeram desde a nossa primeira noite e como eu nunca acreditei ser capaz de descansar. 
completamente interferida, possuída e vice e versa por um outro corpo. 
O sono vinha chegando e o meu eu corpo ia resistindo. Como se quisesse ir. Mas também como se não quisesse ficar. Então vinha a sensação de queda livre, desmoronamento, desprender de mim ou algo do tipo. E quando eu quase ia e voltava, o outro corpo, o dela, me aparava. E roçava seu sexo em mim com seu ar um tanto frenético de viver.
Quando de fato apaguei, sonhei mil sonhos, com mil pessoas outras e não estava aqui nessa cama. Mas era confortável a sensação de poder ir onde eu quisesse que meu corpo estava aqui bem guardadinho. 
E, de manhã, quando acordei, nossos corpos estavam laçados de modo tão lancinante, que fiquei ali parada sem me mexer até que cada membro meu fosse adormecendo. Até eu voltar pro mundo dos sonhos. 
Sonhar perto dela, ou dentro dela, ou com ela é o que eu quero. 

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