domingo, 11 de outubro de 2015

de si lencio



Nossa própria companhia é algo que mora muito além do breve e que vai se apresentando à medida que nos aproximamos dela.
A companhia que oferecemos para o outro é uma; é outra para quem recebe e fica com ela; uma é a companhia que se oferece pela primeira vez, outra é a que se desiste de doar para sempre; e todas elas nada alcançam da companhia que podemos nos oferecer.
Por mais longe que a atribulada função de doador de companhia nos leve, tutelamos de modo interno vontade silenciosa do encontro com nós mesmos.
Então dedicamos horas de nossas vidas a simulações, sem valor, de algo que se assemelhe a conhecimento de si próprio, a ritos de doações internas que consomem fronteiras e cegam o silêncio. Tanto que se pergunta se o verdadeiro encontro é de fato o entrar em si e não o ato de expelir.
Para que a busca da consciência do eu individual torne-se uma constante silenciosa é preciso que se dedique tempo ao esquecimento.

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