É coisa de sangue, suor, sabe? De gozo
também. Coisa de expelir, por pra fora, explodir. Fico tentando escrever,
explicar. Mas tá tudo guardado. Sei que tá guardado. Basta uma agulha no ponto
certo que começam a lacrimejar os poros. E feito criança mijada no meio da sala
de aula, pouco me abusa o contato com minha própria secreção. Pouco me vale se
vem de dentro, se vai pra fora. Só não quero que sintam o odor de minhas
entranhas. Ah, isso não. Não quero porque é o mesmo que sair pelada na rua. E se
acontecer deu sair pelada na rua, certamente serei julgada. Não, não quero ser
julgada pelo que sou. Prefiro que julguem o que eu aparento ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário