Tantas
viagens, tontos pousos, tantras vontades, poucos destinos. Os pés, descalços talvez,
com calos nos calcâneos. Dolorosas novas formas. Deformações. Novas
informações. Viajar sem saber com o que vamos encontrar. É assim com todo mundo
nessa nave. Questiono-me como será além do infinitamente concreto. Além cidade.
Além mar. Além do que os olhos cansados já reconhecem. Além do que os desejos
já suspeitam. Além do que eu posso imaginar sobre o que nunca vi nessa vida ou
noutras. Em cada parar – que é o mesmo que em cada seguir –, os encontros e os
lugares se dão de formas particulares, lógico. As casas e os costumes são
diferentes e dispostos de maneiras diversas. Mas assim que lanço meu olhar
sobre cada indivíduo, me parto e me fundo entre os tempos. Logo distingo quem é
quem. Em seu espaço. Em seu tempo. Em mim. Então confirmo a hipótese de que
dentro de cada olho existe exatamente o lugar que queremos enxergar.
É o olho quem define o enxergar, né Lice? O enxergado é fruto do passado.
ResponderExcluirO olho define atemporal. É passado presente e futuro a tal definição. É de lascar!
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